segunda-feira, outubro 19, 2009

"A mulher tinha que voltar àquela submissão de antigamente"

Frases como esta foram pronunciadas pelo juiz Edilson Rumbelsperger Rodrigues (Sete Lagoas-MG), titular da 1ª Vara Criminal da cidade, que classificou a Lei Maria da Penha de "monstrengo tinhoso". As opiniões do juiz tornaram-se públicas pelos jornais O Tempo (MG) e Folha de S.Paulo, em 2007. Em setembro/2009, o Conselho Nacional de Justiça abriu processo administrativo disciplinar depois que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais arquivou o caso. Segundo o relator Marcelo Neves, “trata-se de uma denúncia grave de discriminação à mulher”.
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Em tempo, a Lei Maria da Penha, tornou mais rigorosa a punição para os acusados de violência contra a mulher.
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Confira a seguir alguns trechos da entrevista polêmica do juiz. Participe e comente no final.
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"Nós homens temos fragilidades, inseguranças. Será que nenhum homem é vítima de uma mulher maldosa? Será que não existem mulheres pérfidas assim como homens pérfidos? O que estou contemplando aqui é apenas a igualdade. Lá atrás, no século XVIII, XIX, o homem era muito cruel e a mulher extremamente submissa ao homem. Ele não soube valorizar isso. Muito pelo contrário. Ele foi muito cruel com a mulher, mandava ela tirar a bota dele e nisso surgiram os movimentos feministas, a libertação feminina. Então vamos inverter agora? Porque o homem errou lá atrás, então vamos dar todos os poderes à mulher e humilhar, pisar na sensibilidade desse homem! Não é por aí... Vamos equilibrar as coisas, senão todos os erros que o homem teve no passado a mulher vai cometer agora, segundo essa Lei Maria da Penha".
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"Eu não estou aplicando por considerar a lei inconstitucional na medida que ela trata apenas da mulher e não do homem na relação doméstica... Ela também devia discorrer sobre as fragilidades masculinas. A mulher tem um milhão de fragilidades e o homem pode ter apenas três, mas elas têm que estar previstas, aí ela seria uma lei constitucional..."
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."Será possível que uma mulher na relação doméstica com o seu marido não causa dano emocional a ele, não diminui a auto-estima dele nunca? A mulher é mais frágil nesta relação? De repente até é, mas dizer que a mulher é incapaz em uma relação doméstica de causar dano emocional ao seu marido é um absurdo. Não sou contra os artigos da lei, sou contra essas medidas protetivas porque elas não contemplaram o homem. O que essa lei vem ratificar e sacramentar? A mulher independente. A mulher que não precisa de marido, a mulher que cria o seu filho e não precisa de homem. O lema da mulher independente, que não precisa de homem, que não precisa de nada, que trabalha, que sustenta seus filhos. Não é por aí, a natureza não é bem assim. Significa então que vocês não têm que se realizar como ser?"
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"Estou colocando uma polêmica na mesa, uma coisa para se pensar. Cadê a tarefa importantíssima de você cuidar do seu lar? Será que você ou fica em casa no tanque ou então passa o dia se realizando na sua profissão? Não tem um meio termo? Acho que a mulher gosta de ser amada, se realizar como mulher. A mulher gosta de se realizar como profissional? Gosta. Ela quer isso para si? Quer. É bom que ela queira? É bom que ela queira. Mas fundamentalmente a mulher quer se sentir realizada como mulher. Ainda que ser realizada como mulher passa por uma realização profissional. Mas essa não é a natureza na mulher. Acho que elas estão sendo usadas por uma sociedade demagógica".
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"Acho que a mulher tinha que voltar àquela submissão de antigamente, mas o homem não permitindo que ela seja como ele foi no passado. Ela seria essa mulher que se entrega por inteiro ao homem que ama, que ela escolheu para ela. Mas só que esse homem não vai cometer o mesmo erro do passado. Para não acontecer o que está acontecendo hoje, se aquela mulher do passado vier tirar a bota do homem, ele vai dizer: ´Não meu amor, não vou deixar você fazer isso, não vou permitir uma humilhação dessa porque eu te amo´. Se o homem simbolicamente tivesse agido dessa maneira lá atrás, as mulheres não estariam querendo ser tão independentes como hoje. Reconhecemos esse erro e daí? Vem a Lei Maria da Penha e está fazendo o contrário. Eu reconheço que a culpa é do homem que não valorizou essa mulher dócil e fiel a ele, que se doou por inteiro àquele homem. Ele agora está sofrendo e daí? Ela vai cometer os mesmos erros deles do passado?"
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O CNJ analisará se as declarações de Rodrigues são ofensivas ao público feminino. Para ler a entrevista na íntegra clique aqui.
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