Estudante de biologia é a primeira brasileira a doar o tecido para um paciente no exterior
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A estudante de biologia Michele Fernandes da Silva não tem casos de câncer na família. Mas tem laços de sangue com a cura da doença. Suas células circulam no corpo de alguém que mora nos EUA e vive graças a ela.
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Michele foi a primeira brasileira a exportar medula óssea, permitindo o transplante que salvou a vida do paciente americano.
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O percurso até o encontro entre o doente americano e a medula brasileira começou há cinco anos, quando Michele, 26, topou participar de uma campanha feita na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
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A coleta da medula foi feita no Brasil. A retirada do material pode ser feita de duas formas: na tradicional, as células são colhidas diretamente da medula, com uma punção no osso da bacia. Outra opção é dar uma droga para que as células-tronco migrem da medula para a corrente sanguínea. Assim, o sangue periférico circula por uma máquina que filtra o líquido, enquanto colhe as células-tronco.
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Neste mês, faz um ano que o Brasil firmou um acordo pelo qual doentes de outros países podem tentar a sorte no registro brasileiro, o Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea).
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Desde 1998, o país pode fazer buscas em bancos internacionais de doadores, mas não podia exportar tecidos. Dos 900 transplantes de medula feitos até hoje no país, metade usou doadores de fora. Pelo alto grau de miscigenação da população, as chances de achar um doador na rede nacional são escassas, uma em 300 mil.
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Para estrangeiros, o Brasil tem uma vantagem: "Com imigrantes de todas as partes do mundo, temos grande potencial de doadores", diz o coordenador do Redome, Luis Fernando Bouzas.
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Além de salvar vidas, a possibilidade de exportar medulas vai ajudar a equilibrar essa "balança comercial", compensando gastos da importação do tecido para pacientes brasileiros.
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Um transplante chega a custar US$ 60 mil, dependendo da quantidade de buscas e de testes em doadores. No Brasil, o procedimento é coberto pelo SUS.
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"Em nenhum momento tive medo. Fiquei orgulhosa", disse Michele.
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Por dois anos, a doadora não poderá ter nenhuma informação sobre o receptor. Como o transplante pode não dar certo, entende-se que é possível haver frustração e conflitos entre as partes.
Esse sigilo é norteado por regras internacionais. "A recuperação dos pacientes é variável. Após um ano, o doente está mais estável, só então é possível promover aproximação", diz Bouzas.
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A única pista sobre o destino da medula brasileira está numa carta que Michele recebeu via médico.
"Acho que é uma criança, a mensagem tem um desenho infantil e agradecimentos", diz. "Quero conhecê-lo, quem sabe temos uma origem comum."
Por dois anos, a doadora não poderá ter nenhuma informação sobre o receptor. Como o transplante pode não dar certo, entende-se que é possível haver frustração e conflitos entre as partes.
Esse sigilo é norteado por regras internacionais. "A recuperação dos pacientes é variável. Após um ano, o doente está mais estável, só então é possível promover aproximação", diz Bouzas.
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A única pista sobre o destino da medula brasileira está numa carta que Michele recebeu via médico.
"Acho que é uma criança, a mensagem tem um desenho infantil e agradecimentos", diz. "Quero conhecê-lo, quem sabe temos uma origem comum."
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Fonte: Folha de S. Paulo
Enviado pelo leitor Maurício Aguiar
Um comentário:
Olá blogueiro,
Qualquer pessoa com idade entre 18 e 55 anos e boas condições de saúde pode fazer o cadastro de doador voluntário de medula óssea no hemocentro mais próximo ou no INCA. Para saber mais sobre como funciona todo o processo de doação clique aqui: http://bit.ly/bOqRS0. Divulgue o link para incentivar as pessoas. as chances de achar um doador compatível é de uma em cem mil, por isso seja doador e leve esperança de vida.
Para mais informações: fernanda.scavacini@saude.gov.br
Ministário da Saúde
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