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Alexandra Lebelson Szafir sempre foi uma mulher inquieta. Nem mesmo a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença degenerativa que a impede de falar e movimentar qualquer parte de seu corpo (a não ser os olhos e o nariz) fez a advogada criminalista de 42 anos desistir de trabalhar. Nesta segunda-feira (31), às 19 h, no Iate Clube de Santos, em Higienópolis, região central de São Paulo, ela lança “Descasos: uma advogada às voltas com o direito dos excluídos” (Editora Saraiva, 82 páginas), seu primeiro livro.
Irmã do ator Luciano Szafir, mãe de um casal de filhos (10 e 12 anos), Alexandra ganhou reconhecimento, recebeu do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) o Prêmio Advocacia Solidária e livrou da cadeia pessoas que passariam anos a fio sem ter direito a um defensor. Foi nesse período também que os primeiros sinais da ELA começaram a se manifestar.
O livro foi escrito com uma ajuda especial: um software que dá ao nariz de Alexandra a possibilidade de mover o mouse e teclar. O processo levou dois anos, período em que nunca parou de trabalhar. Ela é sócia de um escritório na capital.
São casos como o de um jovem paraplégico – após ser baleado pela polícia e que necessitava de cuidados médicos constantes– e que a promotoria insistia em colocar atrás das grades mesmo sem poder garantir sua integridade. As idas e vindas da cadeia de “Lady Laura”, uma senhora de 75 anos com claros problemas mentais.
Ou ainda a prisão de um acusado que morava na favela e não teve seu endereço encontrado por um oficial de Justiça, o que o levou à prisão. A narrativa de Alexandra corre solta e revela histórias de pessoas tratadas como não humanos.
A renda do livro de Alexandra será revertida para a Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (AbrELA).
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Fonte: Emilio Sant'Anna (G1)
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