quarta-feira, outubro 20, 2010

Eleição, uma quimera

A velha revista “O Cruzeiro”, em seus áureos tempos, publicava uma coluna chamada “As aparências enganam”, criação de Carlos Estêvão. Nela, cenas com silhuetas sugeriam situações terríveis — mas que não resistiam a uma análise mais apurada. A eleição atual também tem suas miragens:

Dilma e Serra viraram pa$hóstias. Mas é para enganar os crentes. Dilma deve pensar que salve-rainha é nome de um filme de Xuxa, e Serra não sabe da missa um terço.
Dilma diz que Serra deseja privatizar a Petrobras. Mas ela sabe que não é verdade. Na Petrobras ninguém toca. Serra não é um “neoliberal”. Pelo contrário, assusta alguns empresários, como banqueiros que temem acabar a época dos grandes lucros dos governos FH e Lula.
Serra insinua que a vitória de Dilma poria em risco a democracia. Não é bem assim. Lula não é Chávez. E a sociedade, o STF e até políticos expressivos da base do governo, inclusive do PT, não aceitariam a volta das trevas.
Tucanos dizem que a rotatividade dos partidos no poder é boa para a democracia. Mas só na esfera nacional, porque defenderam o continuísmo nos governos de São Paulo e Minas.
Petistas dizem que é hora de uma mulher assumir o poder. Mas só na esfera nacional, porque, em Brasília, por exemplo, eles são, naturalmente, contra a candidatura de Weslian, mulher do ficha suja Roriz.
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Comentário de Ancelmo Gois (jornalista) em seu blog.

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