terça-feira, outubro 19, 2010

Bahia já tem registro de superbactéria KPC

Atualmente responsável por 135 infectados no Distrito Federal, a superbactéria KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase) já foi registrada aqui na Bahia, segundo o infectologista Fernando Badaró.

O médico não quis informar em quais hospitais, por questões éticas, mas deixou claro que a situação preocupa. Em Brasília, a KPC já provocou a morte de 15 pessoas – em outros três casos suspeitos, a relação com a superbactéria foi descartada.

A bactéria, que se torna mais perigosa após sofrer mutações, seria também a causa mortis de uma filha do cantor Beto Barbosa, segundo matéria divulgada no programa Fantástico, da Rede Globo, no domingo à noite. No estado, não há registro de óbito causado pela Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase.

De acordo com a infectologista Nanci Silva, a KPC é uma bactéria com a propriedade de produzir uma enzima que destrói praticamente todos antibióticos, especialmente os carbapenêmicos, grupo do medicamento de última geração entre os antibióticos. Remédios dos grupos cefalosporinas, quinolonas e penicilinas também não surtem efeitos.

O tratamento mais eficaz à doença passa pela criação de novos medicamentos. Segundo os dois especialistas, os antibióticos do grupo das polimixinas conseguem combater e Klebisiella, mas são altamente tóxicos.

A Secretaria da Saúde da Bahia afirmou que a Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase é uma bactéria inofensiva, que só oferece riscos quando passar por mutações, se tornando então super-resistente. De acordo com o órgão, a Vigilância Sanitária baiana não registrou qualquer ocorrência médica relacionada à superbactéria.
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Médica diz que é problema antigo
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Nanci Silva avalia a KPC e outras bactérias multiresistentes como preocupantes, mas não alarmantes. “ Esta é uma questão nova para a imprensa, mas antiquíssima nos congressos médicos ”, relata. Nos Estados Unidos e na Europa, há cerca de 10 anos a comunidade médica pressiona o poder público para a autorização de novos medicamentos dura em torno de 10 anos.

Apesar do problema ser antigo e sem solução de curto prazo, a médica explica que a superbactéria não costumar vitimar qualquer paciente internado, somente os mais vulneráveis, como idosos de 80 a 90 anos; diabéticos, portadores de neoplasia, pacientes que necessitam de hemodiálise. Na maioria dos casos, tratam-se de pessoas internadas em UTI. Também não há risco de contágio fora do ambiente hospitalar.

“ A resistência ao antibiótico é um fenômeno inevitável. O que é preciso é educar as pessoas. A imprensa devia orientar as pessoas a não fazer o uso indiscriminado de remédios.

As pessoas usam antibióticos para qualquer coisa ” , declara ela. Fernando Badaró acrescenta um alerta aos hospitais, no sentido de coibir a transmissão da bactéria por médicos e demais pacientes internados.

“Os hospitais devem estimular a educação continuada dos seus profissionais no sentido de exercer as boas práticas, os procedimentos de rotina na prevenção”, opina.

Segundo o especialista, em algumas unidades de saúde nem o hábito de higienizar as mãos corretamente é seguido. O isolamento do paciente com KPC é outra recomendação dos dois especialistas.

A Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia não quis se pronunciar. No site da entidade, a reportagem encontrou reprodução de matérias da mídia com alerta sobre a KPC
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Informações da Tribuna da Bahia

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